Desde que comecei a gostar de estudar, iniciei minha jornada de entender o mundo por outras perspectivas. Primeiramente, percebi-me com mais valor enquanto ser humano. Não querendo afirmar que quem não gosta de estudar não tem o seu valor. Não é isso. Todo ser humano tem seu valor. No meu caso, pelos estudos cresci em valor. Isso porque descobri, finalmente, qual era o meu ponto forte, o que mais me dava prazer e ânimo na vida.
Nessa mudança de ponto de vista, há outra que foi acontecendo, não necessariamente em paralelo. Mas, até certo ponto, permeou o processo: foi o sentido de DESOBRIGAÇÃO em estudar.
Normalmente, o indivíduo, notadamente em sua fase escolar, tem nos estudos uma obrigação, um dever a cumprido para chegar a resultados satisfatórios, quando condições como dedicação, compromisso e apoio escola-família estão sendo levadas em consideração. No meu caso, houve algo diferente: essa obrigatoriedade foi dando lugar a um tipo de "Prazer", a gosto contagiante pelo saber, pela aprendizagem, pelo entendimento.
Logicamente que a questão da obrigatoriedade é importante, ela é mesmo necessária para, dentre outras razões, até para impulsionar (se bem compreendida e bem dosada) o indivíduo e a própria sociedade ao progresso, tanto em termos de conhecimento, quanto em moralidade.
Entretanto, ao mesmo tempo que o gosto pelos estudos se tornava patente e significativo, percebi que possuía também uma profunda lacuna em minha formação escolar. Não porque tenha estudado em escolas de baixo nível. Não é o caso. Mas simplesmente em razão de não ter interesse nos estudos. Não sentia motivos reais para me dedicar ao conhecimento. Tinha motivos, porém, não os sentia, não os apreciava.
Iniciou-se um período para suprir as deficiências escolares, principalmente porque estava em período de término do ensino básico. Isso mesmo! Quando tomei gosto pelos estudos, já estava cursando o pré-vestibular e precisava agir logo, pois iria ter que frequentar as salas escolares, ou mesmo de cursinhos durante muitos e desanimadores anos!
"Me virei", literalmente. Li o que pude. Tentei preencher as lacunas que pude. Depois de dois anos, a Universidade! Optei pelo curso de Pedagogia, não só em razão de ter sido uma forma mais fácil de entre num curso superior (no meu tempo, a concorrência era baixíssima), mas por alimentar um desejo de conhecer mais as disciplinas e de ajudar os jovens, através do ensino, perceberem seus talentos e a desenvolvê-los, superando obstáculos do dia a dia.
Foi na Universidade que a minha motivação pelo conhecimento "explodiu", aumentou consideravelmente. Minha curiosidade, principalmente pela Filosofia (cursei a disciplina Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação I e II) e pela psicologia humana, cresceu consideravelmente. E nesse processo, interessei-me pelo que é hoje um dos meus principais foco de estudos: pessoas dotadas e talentosas.
Ainda incipientes, todavia ganhando maiores proporções, meus estudos estão ganhando continuidade e adentro mais e mais o tema. Pessoas dotadas (por muitos estudiosos chamadas de superdotadas) e talentosas, acredito, tem muito a ensinar a todos nós. A dedicação que demonstram em relação ao seu objeto de interesse, a concentração e o nível superior de qualidade em suas produções (escolares, acadêmicas ou informais), são-lhes marcantes e uma fonte de inspiração a todos que buscam o saber e um condição melhor de se relacionar com o outro e com o mundo.
Entrei, pelas leituras e pela observação direta, em contato com personalidades de tirar o fôlego! Pessoas "fora do comum", acima da média, algumas das quais se perdendo no Sistema Público de Ensino, seja por não se ter professores capacitados para identificá-las, seja (também) por falta de estrutura adequada para oferecer um suporte didático mais adequado, seja (também) por não haver uma parceria entre escola-família-sociedade (comunidade) para um trabalho conjunto, unificado.
Vi muito se trabalhar a deficiência do aluno, mas não a eficiência. Percebi que a escola, notadamente a pública, preocupa-se bastante com as dificuldades dos estudantes, e não adequadamente com seus pontos fortes. Imagine-se quando isso está relacionado com estudantes dotados e talentosos. Eles se perdem num "mar" de obscuridade e desinteresse em relação ao seu potencial.
Por esses e outros motivos que criei este blog. Através dele, desejo, como falei em minha primeira publicação, quero divulgar os feitos de pessoas que se dedicaram, e se dedicam, ao conhecimento e ao próprio ser humano, inclusive abrindo espaço de discussões sobre pessoas dotadas e talentosas, seu "jeito de ser", teorias que explicam sua capacidade superior de aprendizagem e produção, como também proporcionar um ambiente em que se converse sobre as contribuições que oferecem à sociedade.
Bem, amigos leitores, vamos a mais exemplos!
Boas leituras!
Alan Nasser - O Pesquisador
Olá Alan, muito boa a sua iniciativa. Atualmente dirijo o Instituto Scientia de Pernambuco e sou o presidente interino da ASPAT-PE. A fundadora Ilde Casotti foi transferida para o Rio de Janeiro e pediu-me para assumir a presidência. Seja bem vindo!
ResponderExcluirVamos manter contato, mandei uma mensagem para você no facebook.
Meu e-mail é rochaclemir@gmail.com
Abraços,
Clemir Rocha